Babi

Sonho Maior

Fui ensinada, desde muito pequena, a correr atrás do sucesso. Pensar grande, contentar-se apenas com o melhor. Sonhar alto. Bom, eu aprendi a sonhar. E a sonhar muitos sonhos de uma só vez.

Sempre quis ‘abraçar o mundo com as pernas’. Querer várias coisas de uma só vez. E me vi inúmeras vezes tendo que deixar sonhos e sonhos para trás.

Confesso que, com essa rotina, desanimei muitas vezes na tentativa de alcançar meus objetivos.

Hoje, porém, estou novamente atrás de um sonho. E este não é como os outros. Ele é maior.

Não sonho em ser uma boa engenheira. Isso, eu DEVO ser. Não sonho em ser bem-sucedida, isso é consequência de mercado. Não sonho com o amor, ele está aí pra quem quiser abraçá-lo. Não sonho com felicidade. Pelo menos não aqui. Não nesta terra.


Um fato inegável é que, ao falar de mim, eu falo de Deus. Porque eu sei que não há maneira certa de descrever-me a não ser por Ele. Ele fez o meu ‘projeto’. Eu tenho a Sua assinatura. Ninguém me conhece mais do que Ele. Nem mesmo eu.

Meus planos devem ser Seus planos. Meus desejos, Seus desejos. Meu sonho é o sonho dEle para mim. Pois sei que o sonho de Deus pra mim é bem maior que o meu.


Bárbara Angelli
Texto Pessoal


Problema Astral 

Nossas terças-feiras começam cedo por aqui. Alguns, por causa do açaí no café-da-manhã (coisa rara). Para os alunos do 4ºA de Engenharia, o motivo é outro. Aula da Profª Mirtes. Ela é bem rígida em relação ao horário de chamada. Às 07h25min já abriu o diário. E termina sua chamada às 07h35min. Chegou depois disso, levou falta, sem direito a reivindicação.

Bem, eu acordo cedo na terça pelos dois motivos. E sofro consequências drásticas. Algo acontece com meus olhos, eu nem sei explicar! Minhas pálpebras pesam e, sem que eu perceba, em algum momento crucial, elas se fecham! Contra a minha vontade, é claro. E nem sempre é na primeira aula. No caso dessa terça-feira em particular, foi na segunda.

A aula seguinte a citada é Introdução à Geologia, com o digníssimo Profº Nahor. O conteúdo trata do desenvolvimento geomorfológico da Terra. Ele apresenta várias vertentes de teorias da formação geológica do planeta. O interessante é o ar misterioso com o qual ele vem trazendo os conteúdos, sempre nos incitando a questionar a veridicidade das teorias apresentadas. Sem falar que, ao início do curso, ele afirmou ter sua própria teoria que explica tudo o que estudaremos. E que só nos será revelada ao final do semestre. Eu estou na expectativa.

Nessa terça, o assunto seria ‘Impactos Meteoríticos’, como aquele que extinguiu os dinossauros. Ou pelo menos é o que afirma um grande número de cientistas.

Seu material de trabalho são slides contendo muito de suas pesquisas. Esses fazem parte da coleção “Uma breve história da Terra”, um CD-ROM com material todo produzido por ele, lançado pela Casa Publicadora Brasileira.

Em outras aulas, ele havia apresentado uma divisão tempo/situação de ocorrência dos fenômenos geológicos (fanerozóico): fenômenos atuais (holoceno), os quais abrangem fenômenos ordinários e extraordinários; e fenômenos pretéritos (cambriano ao pleistoceno), aos quais pertencem os fenômenos regionais e globais/continentais.

Ele já apresentara as definições básicas de cada período, e agora inicia o estudo dos fenômenos geológicos globais. E o primeiro tema é impactos meteoríticos.

O primeiro slide apresenta a imagem de uma cratera causada por um impacto meteoríticos. E essa imagem também traz algumas informações, como o diâmetro do meteoro que causou o impacto (30m), profundidade do impacto (175m) e seu diâmetro (1250m). Segundo o professor, cerca de 200 crateras de impacto, também conhecidas como astroblemas (problemas astral?) já foram reconhecidas em toda Terra.




Até então, o assunto me manteve atenta. Foi então que se inicia o estudo do meteoro K/T, o dito responsável pela extinção dos dinossauros, répteis aéreos e grandes animais marinhos.

Particularmente, não creio nessa possível ocorrência. Se os dinossauros realmente existiram, foram mortos no grande Dilúvio que deu um novo início à Terra. E acho que meu professor concorda comigo.


 

Inicia-se a descrição do possível meteorito K/T. Suas medidas foram apresentadas: 10 km de diâmetro e 5x1012 de toneladas!!! Sem falar na velocidade com que se aproximava do planeta: 70mil km/h!
E o professor Nahor refletiu: “Agora, imagine os efeitos de um impacto dessa magnitude sobre o nosso planeta... Foi uma explosão extremamente poderosa, que liberou fantásticas quantidades de energia. Os terremotos, decorrentes do impacto, consistiam em movimentos de terra de até 10 metros de altura! A energia liberada atingiu quase toda a superfície terrestre...”.

E foi nessa reflexão que meus olhos renderam-se à força da gravidade e me vi sonhando com a queda de um meteoro diretamente em minha direção!

Acordei assustada, olhando para o quadro com imagens das ondas gigantes, os tsunamis, que supostamente tiveram centenas de metros de altura, conseqüência do K/T. Pensei em água. Fiquei com sede.

Para tentar acordar, saí da sala para beber água. Quando olhei meu relógio, percebi que faltavam 20 minutos para a aula acabar. Fui tentada a ir até a biblioteca conversar com um amigo. E acabei ficando lá até o intervalo. Sim. Matei aquela aula antes que os meteoritos matassem a mim.


Bárbara Angelli
Texto Descritivo e Analítico




Sondando Vantagens

Sendo já formada em Engenharia, e tendo me dedicado à área de assessoria na concepção de obras, vi-me tendo de convencer um cliente que se recusava a realizar sondagem em seu terreno, vendo a diferença nos custos.

No orçamento, a obra estava em 125 mil reais. O terreno era de 200m² e seria uma edificação com dois pavimentos. O terreno já havia sido terraplanado e precisávamos decidir o tipo de fundação. Eu não tinha segurança no tipo de solo local e não possuía parâmetros, pois as construções vizinhas eram já bem antigas.
Decidi realizar uma reunião e demonstrar para meu cliente de que a sondagem era indispensável para o bom andamento da obra.

Eis os tópicos de nossa discussão: 
  • As sondagens representam, em média, apenas 0,05 à 0,005% do custo total da obra. Nesse caso, como seriam feitos apenas 2 furos, o valor não ultrapassaria os 500 reais. Isso não faz nem cócegas no orçamento.
  • Sem o reconhecimento do solo, que so é obtido através da sondagem, corre-se o risco de escolher uma fundação inadequada, colocando em risco toda a obra e aumentando seu custo.
  • Nunca confie em frases do tipo 'o terreno é bom' ou 'meu pedreiro é experiente'. Nada substitui a sondagem para saber a verdadeira situação do solo.
  • É obrigatório. Nenhuma prefeitura permite projetos de fundação sem sondagem de terrenos. É claro que sempre há um meio de sair pela tangante, mas pra quê arriscar, não é mesmo?
Não tendo mais por onde fugir, meu cliente aceitou. O terreno foi sondado, analisado e pudemos escolher a fundação em paz.


Bárbara Angelli
Texto Instrumental


Otimismo Pessimista
Nesse mês de setembro foi divulgada, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma sondagem que demonstra um otimismo menor dos empresários em relação ao setor da construção civil.  Os índices demonstram uma queda em relação ao mesmo mês de 2010. Contudo, ainda não há motivos para desespero no setor. Os mesmos dados ainda confirmam crescimento, em escala menor.

A sondagem demonstra o índice de confiança do empresário industrial (ICEI) para o mês de setembro. A escala varia de zero a 100 pontos e, de acordo com o indicador, valores acima de 50 pontos indicam expectativa positiva dos empresários.

A indústria da construção civil tem apresentado crescimento histórico desde janeiro de 2010 e superado a expectativa de muitos empresários. As atividades no setor esquentaram a economia nacional e aumentaram o número de empregados na área.

Já em maio deste ano, os índices de crescimento entraram em declínio, tendo como agravante as crises econômicas europeias. Tiveram seu rápido crescimento em julho e agora estão estáveis, ou seja, não apresentam índices que possam trazer a preocupação do declínio na construção civil.

O susto provém da comparação dos dados com relação ao ano de 2010. Vínhamos com altas expectativas desde o aquecimento do setor e agora, com a crise econômica aflorando novamente, vemos a consequência nesses dados.

Tomando por base a média dessa escala, 50, podemos concluir que o setor ainda está em alta. O índice (ICEI) aponta 60.1 pontos de expectativa otimista dos empresários para o setor. O crescimento está apenas desacelerado em consequência das divergências econômicas mundiais.


Bárbara Angelli
Texto Argumentativo

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